Costa não fecha a porta à nacionalização do Novo Banco

No dia em que Rui Rio, em entrevista à TSF, não descartou que uma nacionalização, ainda que temporária, pudesse ser a melhor solução para o Novo Banco, António Costa também não descartou essa hipótese.

A questão foi lançada pelo líder do PCP, Jerónimo de Sousa, durante o debate quinzenal com o primeiro-ministro. Jerónimo voltou a afirmar que os comunistas não têm dúvidas sobre o facto de a nacionalização ser a solução que mais protege os interesses dos contribuintes.

Na resposta, Costa assumiu que todas as soluções são ainda possíveis , aludindo precisamente a posições públicas de "pessoas insuspeitas de serem próximas do PCP" e que já admitem que nacionalizar o Novo Banco pode ser a melhor solução.

"Hoje em dia não se pode fechar portas", disse Costa, explicando que o Governo terá uma "atitude aberta" sobre o tema e que a decisão será tomada depois de terem sido analisados todos os dados e as eventuais propostas de compra do banco.

Recorde-se que o Governo negociou com a Europa um prolongamento do prazo para a venda do Novo Banco. A nova data limite para a alienação do banco é agora agosto de 2017.

Até agora, o Governo tem assegurado estar à procura de um comprador para o Novo Banco, mas quer o BE quer o PCP já assumiram que entendem que a nacionalização será a única forma de garantir que os contribuintes não serão penalizados pelo dinheiro que o Estado já pôs naquela instituição ao mesmo tempo que evita a espanholização da banca nacional.

Há, porém, algumas vozes à direita que também já admitiram que esta solução poderá ser a melhor. Além de Rui Rio, também Vitor Bento admitiu que a nacionalização pode ser uma saída para o problema do Novo Banco e para a progressiva dominação da banca portuguesa por bancos espanhóis.