Em entrevista ao Público, publicada esta quinta-feira, o eurodeputado do PSD não poupa na critica à estratégia do seu partido, liderado por Passos Coelho, agora que passou a principal partido da oposição. “Deveríamos estar um bocadinho mais vivos a partir da eleição de Marcelo e depois do congresso não temos nenhuma razão para não estar”, disse.
Em vésperas de congresso do PSD, que vai estar reunido entre amanhã e domingo, em Espinho, o social-democrata admite que o partido, após ser atirado para a oposição, em virtude do acordo do PS com o PCP e o BE, “já teve tempo para se adaptar e devíamos já estar um numa postura mais interventiva e agressiva, uma oposição mais forte em vários domínios”.
Até porque, frisou o eurodeputado, “o PSD não deve pedir nem esperar nada do Presidente. Não temos de esperar nada do Presidente. Nem nós nem o PS”, observou.
Para Rangel, o conclave do PSD deve servir precisamente para virar a página, com uma nova agenda e novas caras a falar pelo PSD, até para poupar Passos à exposição diária.
“ [O PSD precisa] De um conjunto de rostos que falem pelo partido e que, em certo sentido, poupem o próprio líder a uma intervenção quase diária; e de uma agenda reformista, que eu concentraria num ponto, que até tem que ver com uma certa autocrítica sobre aquilo que foram os nossos últimos quatro anos e meio”, sublinhou o eurodeputado.
Paulo Rangel admite ainda que vai ao congresso “dizer” o que pensa. Sobre ausências, como a de Rui Rio, que admite que “seria um bom candidato”, o social-democrata recusa comentar. “Se outros acham que não devem ir, é um problema deles”, arrumou.