Recuperação parece tão fácil como montar móveis modernos

A recuperação económica do país não é fácil mas é bom testemunhar que instituições financeiras importantes, como a principal instituição bancária comercial de Portugal, ou seja, a Caixa Geral de Depósitos, são capazes de contribuir para que essa recuperação aconteça, quase com a facilidade com que a sueca IKEA, na verdade uma conhecida companhia transnacional,…

Esta comparação é mais compreensível se revelar que esta minha reflexão foi suscitada pela minha presença na inauguração, na véspera da abertura ao público, do Centro Comercial Nova Arcada, em Braga, uma justificada festa para a qual fui convidado pelo Dr Cabral dos Santos, administrador da Caixa Geral de Depósitos com o pelouro do setor imobiliário e uma das pessoas mais orgulhosas pela solução que foi encontrada para aqueles 68.500 m2 de Área Bruta Locável.

O Centro Comercial Nova Arcada de Braga estaria condenado a ser um ativo imobiliário indesejável para a Caixa, se o próprio banco não tivesse apostado em encontrar uma nova oportunidade para a nova arcada, investindo e promovendo investimento que, como se prova, tem procura e cria mais de 2000 postos de trabalho diretos. Parece tão fácil como montar um imóvel desenhado pelos especialistas do IKEA, uma das âncoras da Nova Arcada.

Com este novo centro, que faz nascer em Braga 20 novos restaurantes, muitas lojas de renome mundial e outras já conhecidas do comércio local, além de 12 novas salas de cinema (a inaugurar em Agosto), Braga afirma-se como uma das grandes capitais do Minho e até da Galiza e confirma o importantíssimo papel da CGD como motor do crescimento e do desenvolvimento, mesmo num contexto inicialmente difícil.

O maior banco comercial de Portugal, banco que resistiu à tentação de vender ativos imobiliários a qualquer preço, recusando simular uma bolha imobiliária que na realidade não existiu nem existe entre nós, há muito que considera o mercado imobiliário português como um dos pilares da economia portuguesa e um bom destino para investimentos que procuram segurança, o maior banco português está agora a receber as vantagens dessas inteligentes soluções empresariais.

A crise tornou estas opções muito difíceis pois a tentação da opção por uma comercialização rápida capaz de se livrar, pela desvalorização do preço, dos ativos imobiliários indesejáveis, é sempre grande em tempos de aperto, pelo que torna ainda mais notável a aposta feita no Centro Comercial Nova Arcada de Braga, uma aposta que implicou investimentos mas que – está à vista – começa a afirmar-se como uma aposta ganha.

Há dias, em Braga, o que se festejou e testemunhou foi a evidência de um claro sinal exterior de que o mercado imobiliário está de regresso á normalidade, contribuindo assim para a própria recuperação de Economia Portuguesa. Relançando também Braga como uma das cidades emergentes do país, como centro comercial e de turismo. Tudo num processo de recuperação que parece tão fácil como montar móveis bem desenhados pelo simples facto de ter sido previamente pensado e preparado, tal como as soluções daqueles famosos móveis do design sueco.

*Presidente da CIMLOP – Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa

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