‘Não haverá paz no setor sem posição firme do governo’

“Não haverá paz no setor sem posição firme do governo”. O alerta é feito pela Federação Portuguesa do Táxi e pela Associação Nacional de Transportadores em Automóveis Ligeiros que realizaram, esta terça-feira, uma conferência de imprensa para analisar as negociações com o governo em relação ao serviço privado de transporte Uber.

O presidente da Federação Portuguesa do Táxi, Carlos Ramos, afirma ainda que a atividade ilegal da Uber "prejudica o país e os cidadãos”, acrescentando também que o setor recusa “vender-se por um pacote de medidas governamentais que leve à legalização da Uber”.

O presidente da FPT afirma que “a coisa pública, a República, também está posta em causa com esta passividade de quem governa. Afinal, não se cumpre a lei, e a plataforma continua a sua atividade ilegal impunemente, à revelia da sentença de um tribunal e das declarações do ministro do Ambiente, que reafirmou a ilegalidade da Uber em Portugal”

As associações divulgaram um documento que contém as linhas gerais da posição conjunta do setor e informaram que vai decorrer, a partir da segunda semana de abril, uma ação de sensibilização.

Recorde-se que, o governo apresentou recentemente um pacote de medidas para a modernização do setor do táxi, no valor de 17 milhões de euros, mas os taxistas consideram que se trata de uma "moeda de troca" para que se abra a porta à regulamentação da Uber, cujo serviço (disponível através de uma aplicação informática).

As duas associações garantem ainda que estão disponíveis para discutir este pacote de medidas depois de o executivo adotar as "medidas adequadas à cessação da atividade ilegal de transporte em táxi desenvolvida através da plataforma Uber".