A Associação dos Emigrantes Lesados pelo BES vai reunir-se esta semana com a Presidência da República, a CMVM e o grupo parlamentar do PS para discutir o problema dos clientes que investiram em produtos do banco.
Este grupo de clientes querem que sejam iniciadas negociações para uma solução para o seu caso, à semelhança do que se passa com os lesados pelo papel comercial do Grupo Espírito Santo, mas com termos diferentes e que envolva o Novo Banco.
Estes garantem que foram "enganados" pelo banco, uma vez que o que queriam era pôr as poupanças em depósitos a prazo, com capital e juros garantidos, mas gestores do BES aplicaram-nas em produtos financeiros complexos, como séries de ações preferenciais, sem o seu conhecimento.
A Associação Movimento dos Emigrantes Lesados Portugueses (AMELP) estima que sejam quase dois mil os clientes que não têm acesso às suas poupanças, num total de cerca de 150 milhões de euros.
A Associação Movimento dos Emigrantes Lesados Portugueses tem acusado as autoridades portuguesas de esquecerem os lesados do BES residentes no estrangeiro e têm marcadas duas manifestações em Paris, a 14 de maio e a 10 de junho, coincidindo esta última com as comemorações do Dia de Portugal na capital francesa, nas quais estará o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. Os emigrantes dizem que a manifestação "pode ser menos pacífica" se não houver desenvolvimentos até lá.