"O Sr. Primeiro-ministro diz que quem não deve não teme, mas olhe que não parece", sublinhou o líder da bancada do PSD, Luis Montenegro, depois de António Costa ter usado a expressão "quem não deve não teme" para explicar a decisão de formalizar através de um contrato o apoio que o seu amigo Diogo Lacerda Machado tem dado ao Executivo em dossiers como o dos lesados do BES ou da reversão da privatização da TAP.
"Trago aqui a versão a impressa [da informação que está no portal dos contratos públicos] para que não haja quaisquer dúvidas sobre o contrato", disse Costa, enquanto na bancada social-democrata se ouvia um "agora" irónico.
António Costa lembrou o trabalho de Lacerda Machado na resolução encontrada para os lesados do BES e na negociação que permitiu ao Estado voltar a ter 50% da TAP para defender a colaboração do amigo.
Em relação às polémicas que envolvem a Defesa, a secretaria de Estado da Juventude e Desporto (tutelada pela Educação) e as Finanças, o primeiro-ministro assegura que serão dados os esclarecimentos. "Os membros do Governo estão sempre disponíveis para virem cá", assegurou no debate quinzenal no Parlamento.
Montenegro atacou ainda fortemente a forma como António Costa surgiu ao lado de Alexis Tsipras na visita à Grécia desta segunda-feira, acusando o primeiro-ministro de estar a colocar-se ao mesmo nível de um país que ainda está sob ajuda financeira.
Para o PSD, o documento anti-austeridade assinado por Costa e Tsipras é uma forma de desrespeitar os sacrifícios feitos pelos portugueses.
"Qual é o ponto desta posição conjunta que o senhor deputado não subscreveria?", desafiou António Costa, defendendo que "o que era um erro era o Governo manter na União Europeia uma política submissa".