"É certo que ao longo da nossa história democrática já estivemos mais perto de Abril, mas hoje e neste Abril, podemos dizer que também já estivemos mais longe. Na verdade, este Abril, este hoje, é um hoje de regresso. Este Abril é também um Abril de regresso. Pode ser tímido, mas não deixa de ser um regresso. Um regresso desde logo à normalidade constitucional", apontou o deputado do PEV José Luis Ferreira, que defendeu as mudanças já operadas desde o início do Governo apoiado à esquerda.
"O Programa de Estabilidade que viajava na carroça telecomandada para receber o amén da Europa antes de ser discutido entre nós, passou a ser discutido no sítio certo antes de ser enviado à Europa", frisou, saudando também o "o regresso dos militares de Abril à casa da Democracia", numa alusão aos capitães de Abril que voltaram a fazer parte das comemorações do Parlamento.
Para José Luis Ferreira, "a nova configuração parlamentar permitiu dizer adeus à inevitabilidades" e a deputada comunista Rita Rato concorda que este novo tempo permite uma "oportunidade para recuperar dignidade e direitos".
Pela parte do PCP, ficou a promessa de "agarrar nesta esperança e confiança renovada das mulheres e homens deste país ".
Lembrando que se comemoram este ano 40 anos da Constituição, Rita Rato atacou o Governo PSD/CDS pelo "desrespeito e a violação reiterada" da lei fundamental.
"Daí que a derrota do PSD e do CDS a 4 de outubro do ano passado e o seu afastamento do poder signifique também uma vitória da Constituição ", defendeu Rita Rato, num discurso particularmente alinhado com o do PEV.