Mas, na longa entrevista ao semanário, o líder da oposição não se limita às relações com o governo e com Belém, passando em revista toda a atualidade política nacional, desde a escolha de Maria Luís Albuquerque para sua vice-presidente no partido às recentes polémicas que envolveram João Soares ou o Colégio Militar, ou mesmo o conflito entre Mário Centeno e o governador do Banco de Portugal.
Parte importante da entrevista é, aliás, dedicada às questões da banca, que têm vindo a provocar rombos sucessivos nos Orçamentos. Neste aspeto, Passos critica asperamente o primeiro-ministro, António Costa, pelas opções que tem feito e dá razão a Isabel dos Santos nalgumas críticas ao Estado português.
Entretanto, ao contrário do que poderia pensar-se, Passos Coelho diz não ter pressa nenhuma em regressar ao poder, mostrando-se tranquilo no papel de líder da oposição. “Não farei uma oposição estridente”, garante. Para ele, este governo tem de mostrar o que vale, e isso demora tempo. “Não se pode demitir um governo antes de se tornarem evidentes os seus erros.” Além de que o país não pode andar sempre em eleições.
Mas a grande indignação de Pedro Passos Coelho diz respeito ao modo como é tratado pelos partidos da maioria. “Fui insultado até no plano pessoal quando estava no governo e sou insultado até no plano pessoal agora, na oposição. Isto é intolerável num sistema democrático”, insurge-se o líder laranja, adiantando que isto se passa perante a complacência da comunicação social. E avança exemplos que comprometem os partidos que apoiam a geringonça.
Já o mesmo não se passa na rua, segundo o ex-primeiro-ministro. Passos Coelho diz que continua a ser procurado pelas pessoas e revela o que lhe dizem.
Tudo para ler amanhã no “SOL”.