Afinal quem precisa de um banco mau?

Os presidentes dos principais bancos privados em Portugal rejeitaram hoje a necessidade de um ‘banco mau’ que fique com o crédito malparado das instituições financeiras, como sugeriu o governador do Banco de Portugal hoje de manhã e o primeiro-ministro há mais de um mês.

Na conferência anual da Associação Portuguesa de Bancos,  Fernando Ulrich (BPI), António Vieira Monteiro (Santander Totta), Nuno amado (BCP) e Eduardo Stock da Cunha (Novo Banco) alegaram que a limpeza dos balanços dos bancos que dirigem está a ser feita de outra forma.

Citado pelo Jornal de Negócios, Stock da Cunha frisou que o Novo Banco  está a resolver os seus problemas “sem pensar num banco mau".  Já Nuno Amado revelou que não foi o BCP que pediu a criação do "banco mau" e que o banco "tem o seu plano para reduzir malparado nos próximos dois anos", sem necessitar de um novo veículo financeiro.

Fora das declarações públicas de rejeição do "banco mau" está a Caixa Geral de Depósitos (CGD). Como o “i” já avançou, o banco púbilco foi o principal motivo para António costa ter decidido avaliar a criação do chamado “banco mau”.

A necessitar de uma injeção de capital de alguns milhares de milhões de euros, o banco público é, neste momento, o grande problema do sistema financeiro português. E as soluções não estão a ser fáceis de encontrar. O governo queria uma recapitalização do banco do Estado com capitais públicos, mas Bruxelas está a bloquear esta via.

O banco estatal contabiliza já cinco anos consecutivos de resultados negativos, que atingem quase os dois mil milhões de euros em termos acumulados neste período. Desde 2011, quando a atual gestão assumiu funções, liderada por José de Matos, a CGD foi obrigada a contabilizar imparidades de cinco mil milhões, relacionadas com operações problemáticas e mau crédito antigo.