À TSF, o ministro do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social admitiu essa hipótese, afirmando ver "potencialidades positivas" na ideia.
Vieira da Silva remete, porém, qualquer decisão para uma discussão no âmbito da concertação social.
E aí a conversa pode não ser pacífica. É que as opiniões não são consensuais, como provam as declarações feitas sobre o tema à TSF por patrões, sindicatos e Igreja.
O secretário-geral da CGTP nem quer ouvir falar do assunto.
"Os feriados, pelo seu significado político, religioso e cultural devem ter lugar nos dias que estão determinados", afirma Arménio Carlos, argumentando que "encostar os feriados ao fim de semana não vai beneficiar a competitividade das empresas".
Uma oposição oposta à dos patrões, que gostavam de acabar com as famosas pontes, como que terá lugar esta semana com o feriado religioso de amanhã, que calha a uma quinta-feira.
António Saraiva da Confederação Empresarial de Portugal vê a possibilidade de "otimizações de produção" no fim das pontes, lembrando casos como o da industria têxtil em que "os equipamentos precisam de atingir determinadas temperaturas" e em que se os feriados forem encostados ao fim de semana a "paragem é contínua e há uma otimização da produção".
A ideia não agrada, contudo, há Igreja por causa da força simbólica das datas e de os feriados religiosos terem precisamente o objetivo de permitir aos crentes participar nas celebrações religiosas do dia que se assinala.
"O 15 de agosto é um dia específico, o 1 de novembro é específico, o Natal naturalmente é a 25 de dezembro e o Corpo de Deus é sempre a uma quinta-feira. Têm um sentido simbólico do calendário litúrgico", afirma à TSF o Padre Manuel Barbosa da Conferência Episcopal, concluindo que "não faz sentido" celebrar essas datas noutro dia.