Deputados do PSD e do CDS criticam o primeiro-ministro António Costa por ter afirmado que os professores que não têm emprego em Portugal podem “encontrar trabalho” em França. Os sociais-democratas lembram as duras críticas que foram feitas pela esquerda a Passos Coelho por sugerir aos professores, em 2011, que “podem olhar para todo o mercado da língua portuguesa e encontrar aí uma alternativa”.
“Aguardo a indignação nacional, as críticas de Mário Nogueira, da Catarina, do Jerónimo e de todos os esganiçados que por aí pululam quando as verdades são ditas por alguém do PSD. Espero que corem de vergonha, ou peçam desculpa, ou se indignem. No mínimo que sejam coerentes”, escreveu Duarte Marques, que pertence à comissão parlamentar de Educação, nas redes sociais.
Hermínio Loureiro, ex-deputado social-democrata, também constata que “esta sugestão de António Costa em sugerir França como destino de trabalho aos professores de português é muito semelhante ao que disse Pedro Passos Coelho”. E acrescenta: “lembro-me do alarido que se fez então e relembro o silêncio de hoje. Outros tempos se vivem.”
Na mesma linha, Nilza de Sena, coordenadora do PSD na comissão parlamentar de Educação, lembrou que “em circunstâncias idênticas, o anterior primeiro-ministro foi abusivamente maltratado, interpretado e descontextualizado”. A deputada está na expectativa sobre “o que dirão os analistas sobre este convite subliminar à emigração feito por António Costa”.
Do lado do CDS, João Almeida partilhou, na sua página do Facebook, as palavras de Passos e Costa e acrescentou um comentário: “a incoerência da esquerda é isto. O silêncio de grande parte da opinião publicada é algo muito mais grave”.