Fed e BCE alertam para riscos da saída do Brexit

Presidente da Reserva Federal avisa para as “repercussões significativas” para a econonomia do EUA e mundial se a Inglaterra sair da UE.

O eventual ‘Brexit’ pode ter “repercussões significativas” na economia norte-americana e global. O alerta foi foi dado esta terça-feira pela presidente da Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed), Janet Yellen.

“Um acontecimento que pode alterar a confiança dos investidores é o refendo no Reino Unido. Uma vitória da saída do país da União Europeia pode ter repercussões económicas significativas”, afirmou Janet Yellen, numa audição no Congresso norte-americano.

Jannet Yellen salientou ainda que a economia dos Estados Unidos enfrenta uma “incerteza considerável”, devido a um abrandamento da atividade interna e que a Fed está agora menos otimista quanto ao crescimento norte-americano no curto prazo.

“Mantêm-se incertezas importantes quanto à previsão económica”, afirmou, lembrando os números mais recentes do mercado de trabalho norte-americano e o ritmo baixo do investimento, que ilustram “um risco descendente – de que a procura interna pode cair”, afirmou.

BCE. Estímulos estão a dar resultados.

O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, está confiante de que as medidas de estímulo que adoptou estão a dar resultados e que a Europa caminha, lenta, mas de forma contínua para a recuperação económica e para uma inflação próxima dos 2%.

Draghi admite, no entanto, que há muitos riscos pela frente, nomeadamente a saída do Reino Unido da UE. Mas se isso vier acontecer, o BCE estará preparado para avançar com mais estímulos à economia.

"Nós vamos monitorizar a evolução das perspetivas para a estabilidade de preços. Estamos preparados para usar todos os instrumentos disponíveis dentro do no mandato para, se necessário, atingir o nosso objetivo. Em particular, o BCE está preparado para todas as contingências após o referendo do Reino Unido à permanência na UE", afirmou perante os deputados europeus.

Questionado sobre que medidas poderá tomar, Draghi limitou-se a afirmar: "estamos preparados para todas as contingências possíveis". 

O BCE está por exemplo em contacto com o Banco de Inglaterra para garantir liquidez extraordinária em libras e euros, se tal fosse necessário.