Barrigas de aluguer: Marcelo vai promulgar

Marcelo, que durante a campanha expressou dúvidas sobre o tema da maternidade de substituição, já tinha dado sinais de que não deixaria as suas convicções pessoais de católico influenciar as suas decisões como Presidente.

Têm sido repetidos os apelos de alguns setores da sociedade civil e da Igreja Católica para que o Presidente da República não deixe passar a legislação sobre a gestação de substituição. Ainda hoje, depois de aprovado o diploma, um grupo de cidadãos que quer referendar a lei pediu a Marcelo que vetasse o texto.

Mas todos esses apelos deverão cair em saco roto, porque Rebelo de Sousa vai mesmo promulgar a lei hoje aprovada com os votos a favor de PS, BE, PEV e PAN e de 20 deputados do PSD e os votos contra de PCP e CDS.

"Promulgo, obviamente ", disse Marcelo numa declaração captada pelas câmaras da SIC, quando confrontado sobre o que fará quando o texto voltar a Belém.

Marcelo, que durante a campanha expressou dúvidas sobre o tema da maternidade de substituição, já tinha dado sinais de que não deixaria as suas convicções pessoais de católico influenciar as suas decisões como Presidente.

Agora, a decisão de Marcelo revelada aos jornalistas pode explicar-se com o facto de o BE ter tido o cuidado de responder na nova formulação da lei a cada uma da preocupações expressas pelo Presidente na nota de veto.

Chegou a avançar-se que Marcelo não precisaria de se pronunciar novamente sobre o tema, uma vez que as leis vetadas politicamente não precisam de ser promulgadas quando voltam ao Parlamento e são confirmadas pela maioria dos deputados.

No entanto, com as alterações feitas ao BE à redação da lei, considera-se que se está perante um novo diploma. Por isso, o projeto hoje aprovado no Parlamento voltará a Belém para apreciação.