A Fitch reviu em baixa o crescimento da economia portuguesa e prevê que o défice de 2016 fique nos 3,4%, ou seja, num valor que não deve permitir a Portugal sair do procedimento por défice excessivo. Mas o Governo não valoriza esta análise e mantém a confiança de que o país consiga um défice abaixo dos 3% este ano.
“Já estamos habituados a estas previsões que não têm nenhum fundamento nem nenhum efeito útil que não seja trazer intranquilidade a mercados que estão tranquilos”, reagiu o ministro Augusto Santos Silva quando confrontado com o relatório da agência de notação financeira.
Segundo a Fitch, Portugal deve crescer este ano 1,2%. Um número que fica bem longe dos 1,8% que constam do Orçamento do Estado para 2016, mas que o próprio Governo já admitiu precisar de ser revisto, sobretudo por causa dos efeitos que as crises na China, Brasil e Angola estão a ter nas exportações nacionais.
Para 2017, as previsões de crescimento da agência de rating são ainda menos animadoras, já que a Fitch estima que Portugal cresça apenas 1,3%, conseguindo um défice de 3,3%.
A acreditar nestas previsões, Portugal não conseguiria sair do procedimento por défices excessivos no mínimo até 2018, algo que deixaria o país numa posição de fragilidade.
No entanto, a Comissão Europa prevê que Portugal consiga chegar ao fim de 2016 com 2,7% de défice, acima dos 2,2% inscritos no Orçamento do Estado para este ano, mas o suficiente para sair do procedimento por défice excessivo.
No Governo, mantém-se porém o otimismo em relação às metas. O Executivo continua confiante de que será possível sair do procedimento por défices excessivos já com o défice de 2016.