CGD pode não obrigar a orçamento retificativo, diz Costa

“Se houver um retificativo, como é sabido, é exclusivamente devido à capitalização da CGD. Mas nem é seguro que seja este ano que tenha de haver”

CGD pode não obrigar a orçamento retificativo, diz Costa

António Costa disse, esta terça-feira, que não é certo que a capitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD) obrigue a um orçamento retificativo.

"Não vejo que haja problemas. Mas se houver um retificativo, como é sabido, é exclusivamente devido à capitalização da CGD. Mas nem é seguro que seja este ano que tenha de haver", afirmou António Costa as jornalistas, no final de uma receção à Delegação Paralímpica de Portugal, uma cerimónia que decorreu no antigo Museu dos Coches, em Lisboa.

Ainda assim, caso esse cenário se venha a concretizar, o primeiro-ministro conta que este seja aprovado no Parlamento. "Se tiver de haver retificativo será exclusivamente para podermos cumprir esta garantia que demos aos portugueses de que continuarão a contar com a sua CGD como o grande pilar de estabilidade do nosso sistema financeiro e com um capital 100% público", disse ainda o primeiro-ministro.

Na semana passada, Mário Centeno afirmou que a injeção de capital do Estado na CGD influenciaria o nível da dívida pública, mas também obrigaria a um orçamento retificativo.

Recorde-se que, em abril passado, o ministro das Finanças garantiu no Parlamento que não seria necessário um orçamento retificativo. Afirmação feita numa altura em que Centeno já estava a negociar com Bruxelas a recapitalização da Caixa. “O plano de negócios foi inicialmente discutido em Bruxelas em abril, apresentado formalmente em junho e aprovado menos de três meses depois”, disse o governante, na conferência de imprensa sobre a CGD no passado dia 24.

Também Costa, após um encontro com o Presidente da República, no início do mês de junho, afirmou que não haveria “drama” se houvesse um orçamento retificativo, mas achava que não seria preciso.