01 Onde encontrar alojamento?
Depois da entrada na universidade a preocupação seguinte é onde encontrar alojamento. Uma das primeiras análises que têm de ser feitas é avaliar a disponibilidade financeira, ou seja, qual o valor máximo que tem disponível para gastar. Ao mesmo tempo identificar o nível de privacidade que procura e, por fim, mas não menos importante a acessibilidade. Isto é, quanto tempo vai demorar em deslocações entre casa e faculdade.
02 A Residência universitária é uma opção viável?
O alojamento numa residência universitária revela-se uma das opções mais económicas, no entanto, não está disponível para qualquer estudante. Depois de apresentar a candidatura nos Serviços de Ação Social, o acesso e o valor depende dos rendimentos declarados pelo agregado familiar. Feitas as contas à elevada procura e à reduzida oferta, as residências acabam por ter apenas vagas para 5% dos alunos. A explicação é simples: a maioria das instituições acaba por só conseguir dar resposta a bolseiros e a estudantes de intercâmbios. Aliás, a falta de vagas tem levado várias associações de estudantes a reclamarem mais alojamentos universitários e à regulação do mercado. Isto porque os estudantes que não têm direito a bolsa são obrigados a procurar as alternativas que restam – alugar um quarto, arrendar uma casa ou ficar numa residência privada. As residências podem ser masculinas, femininas ou mistas e têm número limitado de vagas.
03 É melhor optar por um Quarto ou uma casa?
Tudo depende da privacidade que se deseja e acima de tudo o orçamento disponível. No caso de optar por uma casa sempre pode tentar partilhar de forma a reduzir as despesas. Ou seja, pode tentar encontrar alguém para dividir o imóvel e ao colocar esse anúncio ou quando procurar essa pessoa já deve ter o trabalho de casa feito: perfil desejado pessoa e condições de arrendamento.
04 Quanto pode custar?
Os preços são os mais variados e depende da solução que escolher. Se optar por uma residência universitária, custa em média 200 euros por mês, mas se preferir arrendar uma quarto – em casa de uma família ou em apartamentos com outros estudantes – vai ter de gastar entre os 224 e os 325 euros por mês. Se preferir uma casa só para si conte praticamente com o dobro das despesas e é raro encontrar apartamentos inferiores a 500 euros.
05 É preciso contar com mais gastos ao final do mês?
Mais uma vez, depende da decisão que tomar. No caso dos quartos, as despesas como água, luz, gás e internet estão geralmente incluídas. Se optar pela casa, o mais certo é estas contas não entrarem no preço e, como tal, vão representar encargos extra no final do mês.
06 Qual é a melhor altura para procurar?
A melhor época para procurar casas/apartamentos disponíveis é no começo de cada semestre, ou seja, no final de agosto e início de setembro, e no final de janeiro e início de fevereiro. Mas não se esqueça de que o alojamento mais perto da universidade é o que tem geralmente maior procura, logo será o primeiro a ser alugado.
07 Onde pode procurar?
Além das tradicionais ofertas, como é o caso das mediadoras, os estudantes têm agora a vida mais facilitada porque existe uma oferta mais alargada para este segmento. Uma das ferramentas online mais conhecidas é a Uniplaces (ver entrevista ao lado). Quatro jovens, que passaram por essa experiência criaram uma plataforma, que serve de ponto de encontro entre estudantes e senhorios. “Antes da Uniplaces entrar no mercado, o arrendamento universitário caracterizava-se por ser informal e fragmentado”, diz a empresa. Mas a oferta não fica por aqui. Outra alternativa é a Home4Student que é mais nova no mercado. Três recém-licenciados em Engenharia Informática tentaram distinguir-se da concorrência apresentando uma nova proposta: o sistema de intercâmbio.
Os Classificados Universia, 1 quarto e a Associação de Estudantes do IST são outros sites que pode consultar para pesquisar e anunciar as ofertas de alojamento na sua área ou região. Todos estes sites destinam-se a disponibilizar um serviço e procura de alojamento para os milhares de universitários deslocados da sua residência habitual.
08 Quais os riscos destas opções?
Os que optam por arrendar um quarto enfrentam os maiores riscos. É frequente chegarem queixas às associações de estudantes, por exemplo, de restrições que os arrendatários são alvo. Os preços elevados e, acima de tudo, a falta qualidade do espaço são as principais reclamações. “Como é que alguém consegue viver e estudar numa cidade durante três e quatro anos sem ter acesso a uma cozinha? Há estudantes que vivem assim: só com quarto e casa de banho. As pessoas sujeitam-se, porque o preço é mais baixo ou porque fica num local próximo da faculdade”, chama a atenção a Federação Académica do Porto. Esses casos aliás levaram a federação a solicitar ao governo civil da cidade para estabelecer preços limites para apartamentos destinados aos estudantes: 100 euros por um T0 (ou por um quarto), 150 por um T1, 200 por um T2, 300 por um T3 e 400 por um T4.
09 Os Programas de Solidariedade Sénior podem ser uma opção?
Sem dúvida. Os alunos universitários ficam em residências para idosos em troca de companhia e algum apoio que seja necessário, desde compra de remédios, acompanhamento a consultas médicas, entre outras tarefas. Estes programas estão por vezes também associados às universidades onde os idosos deixam a sua candidatura. Porto, Aveiro, Coimbra e Leiria são algumas das cidades que disponibilizam estes serviços. Por exemplo, uma instituição particular de solidariedade social de Braga lançou o programa “Avóspedagem”, promovido pelo Fundo Social. Além de combater a solidão dos mais velhos, a iniciativa pretende também ajudar os estudantes com dificuldades em encontrar alojamento durante o seu percurso académico. A medida serve igualmente para ajudar a contrariar a desertificação dos centros da cidades e ainda contribuir para o convívio intergeracional. O objetivo passa por permitir ao estudante ficar hospedado no domicílio do idoso e retribuir-lhe sobretudo com companhia, além de um monetário “simbólico”. Segundo o regulamento, os “senhorios” têm de ter mais de 60 anos, devem viver sozinhos ou acompanhados do cônjuge ou de um outro familiar e respeitar as rotinas de estudo dos “inquilinos”. Devem ainda dispor de “condições mínimas” para acolher o estudante, nomeadamente um quarto individual onde possa ter uma mesa de apoio ao estudo, instalações sanitárias com água quente, uma cozinha para confecionar refeições e guardar os alimentos em condições de higiene e de conservação.
10 E para quem tem mais dinheiro Há residências de luxo?
Sim. Em Lisboa há uma mansão, em Campolide, com piscina, jardim e sala de jogos. Vista arejada, lareira e barbecue são outras características prometidas pelo projeto que promete ser a casa de sonho para qualquer estudante, mas destinado apenas aos que têm a carteira mais recheada. As mensalidades variam entre os 550 e os 800 euros e o preço inclui o alojamento num quarto amplo e mobilado (alguns são para casais), internet, máquinas de lavar loiça e roupa, ar condicionado, televisão e limpeza semanal assegurada. Já em Braga é possível encontrar a a Worl-Spru que tem como slogan “quem estuda quer casa”. O novo condomínio universitário tem gestão privada e vem reforçar a oferta existente na com mais 145 alojamentos, num total de 200 camas. Um serviço, de resto, fora da capacidade financeira de muitos estudantes, cujos preços mensais variam entre os 308 e os 638 euros. Valores, de resto, muito acima daqueles que são praticados nas duas residências da Universidade do Minho. Os preços não incluem os consumos de água, electricidade e as comunicações telefónicas e deverão ser pagos mensalmente de acordo com os consumos reais sobre as tarifas em vigor na residência. Já o mesmo não acontece com o serviço de limpeza semanal do alojamento e o acesso a internet em banda larga, cujos serviços são gratuitos.