Hoje, o ministro das Finanças foi ao Parlamento responder aos deputados, mas o anúncio de que Rocha Andrade deixou de ter em mãos os assuntos que envolvam a petrolífera que lhe pagou a viagem foi feito pelo próprio.
Mário Centeno passou a palavra ao seu secretário de Estado para que este pudesse de viva voz deixar claro que não tomará decisões em processos que envolvam a Galp.
"Se nas minhas funções vier a ser chamado a decidir sobre qualquer questão de qualquer empresa -(…) com base nessa norma do Código do Procedimento Administrativo, o processo será remetido, neste caso, ao ministro das Finanças", anunciou Rocha Andrade.
É mais uma tentativa do Governo de pôr um ponto final num assunto que fragiliza o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, um dos elementos do Executivo mais próximos de António Costa.
Há uma semana, o Governo aprovou em Conselho de Ministros um código de conduta que impede os governantes deste Executivo de receberem quaisquer presentes de valor superior a 150 euros.
Recorde-se que Rocha Andrade é secretário de Estado dos Assuntos Fiscais e a Galp mantém em tribunal um diferendo com o Estado por causa de impostos no valor de cerca de 100 milhões de euros.
O tema das viagens já está a ser investigado pelo Ministério Público na sequência das notícias que noticiaram as ofertas da Galp a governantes.