António Costa nem quer ouvir falar de resgate. Depois de ontem o Conselho das Finanças Públicas ter alertado para o que Teodora Cardoso o que considera ser o "falhanço" da política económica do Governo, Costa voltou a desvalorizar a ideia de que pode haver um novo resgate.
"Nenhum adulto se interessa por fantasmas", disse aos jornalistas à entrada da cimeira de Bratislava, onde os chefes de Estado e de Governo da União Europeia se encontram esta sexta-feira.
Teodora Cardoso disse ontem que "o risco de resgate nunca está afastado" depois de apontar o fraco crescimento económico como sinal de que a política de estímulo ao consumo pensada pelo Governo não está a funcionar.
Hoje, Costa volta a passar a ideia de que um resgate não passa de um "fantasma" sem qualquer fundamento.
À entrada da cimeira informal, Costa recusou pronunciar-se sobre o novo imposto que incidirá sobre o património imobiliário, recordando que esse tema não está na agenda deste encontro em Bratislava.
O primeiro-ministro preferiu apontar a cimeira como uma oportunidade para encontrar pontos em comum dentro da Europa, procurando ultrapassar as clivagens entre norte e sul, leste e oeste.
António Costa sublinhou ainda a importância de este encontro contribuir para encontrar uma resposta comum para a "crise humanitária" dos refugiados.
Num dia em que estará com Angela Merkel, que já deu sinais de apoio à búlgara Georgieva para o lugar de secretária-geral da ONU, Costa voltou a lembrar que António Guterres é a "pessoa mais bem preparada" para o lugar, frisando as boas votações que tem tido no conselho de segurança das Nações Unidas e as prestações nas audições que foram públicas.
António Costa recordou, de resto, que Georgieva, a apresentar-se como candidata agora, não se submeteu ao processo público e transparente no qual Guterres se destacou.