Passos justifica pedido de ‘desobrigação’ a José António Saraiva

Pedro Passos Coelho justificou o seu pedido a José António Saraiva para ficar “desobrigado” de apresentar o livro ‘Eu e os Políticos’ com o facto de não querer ficar associado a discussão que mistura política e vida íntima e privada.

"Eu tenho defendido sempre que uma coisa é a política, outra coisa são as questões privadas e da intimidade das pessoas e não gostaria de ficar associado a isso, a uma discussão que pudesse misturar as duas coisas", explicou o ex-primeiro-ministro, em declarações aos jornalistas durante uma visita a uma incubadora de empresas, no Taguspark.

O líder do PSD sublinhou que não gosta de voltar a atrás com a palavra e que por isso tinha pedido a José António Saraiva que o “desobrigasse” de um compromisso que admitia ter assumido sem conhecer o conteúdo. Coisa que fez "guiado sobretudo pela admiração e respeito" que tem pelo autor.

"Tive oportunidade de ler e, na sequência disso, pedi ao arquiteto José António Saraiva que me desobrigasse desse compromisso porque entendo que o respeito e admiração que tenho por ele também tenho por pessoas que vêm ali retratadas e que são retratadas em termos que não são estritamente políticos", disse Passos Coelho.

O ex-primeiro-ministro afirmou que José António Saraiva compreendeu a sua decisão e que isso o deixou "mais confortado" porque não gosta de faltar à sua palavra. "Se ele não me desobrigasse teríamos uma situação, aí sim, mais constrangedora para mim. Mas, felizmente ele compreendeu muito bem a situação", comentou.

Passos acrescentou ainda que dava como ultrapassada a questão e pediu para as perguntas voltarem a ser baseadas na sua visita.