"O que é que correu mal?", lançou Passos Coelho, depois de voltar a lembrar Costa de como os números de crescimento e investimento estão aquém das previsões do Governo.
"Queria discutir previsões e eu apresentei-lhe resultados. O senhor queria discutir a realidade. Ora, a realidade não são as previsões. A realidade são os resultados que são alcançados", lançou o primeiro-ministro, atacando a forma como o líder do PSD se referiu ao que considera ser a "ficção" da maioria de esquerda.
"O senhor queria discutir a realidade. Ora, a realidade não são as previsões. A realidade são os resultados que são alcançados", disse Costa. E o que são os resultados? "Temos mais investimento, temos mais crescimento, temos mais emprego. Os resultados são melhores".
"O seu sucesso depende do insucesso do país. Sempre que o país tem um sucesso, o senhor tem um insucesso", afirmou António Costa.
"As suas previsões eram muito boas, mas o problema é que o seu desemprego esteve sempre a aumentar. As suas previsões podiam ser muito boas, mas o rendimento das famílias estava sempre a dimuinuir", atacou Costa, num debate particularmente duro.
Passos Coelho recordou a Costa a, apesar dos constrangimentos internacionais, Espanha está a crescer 3%, enquanto em Portugal o crescimento anda à volta de 1%.
"O FMI reviu em baixa, em 0,6, o crescimento das economias mais desenvolvidas. Aquilo que é a evolução do nosso crescimento será muito provavelmente em linha com aquilo que foi a previsão do FMI", retorquiu António Costa, que lembrou que em Espanha o desemprego está a diminuir menos do que em Portugal e que o crescimento do país vizinho até está a ajudar a economia portuguesa.
"Graças ao crescimento da Espanha, as nossas exportações para Espanha aumentaram 4% este ano", disse o primeiro-ministro.
Pedro Passos Coelho acusou sempre António Costa de estar a fugir ao debate de explicar aos portugueses por que falharam as previsões do modelo económico do seu Governo que, ao contrário do que era esperado, não fez subir o consumo privado à boleia da devolução de rendimentos às famílias.
"Dizer qualquer coisa não é responder. Ou não sabe ou não quer", atirou o presidente do PSD, reclamando os louros do aumento do emprego a que agora se assiste.
"O desemprego não é um indicador avançado da economia. Pelo contrário, traz-nos um eco do passado", defendeu o líder da oposição, confrontando mais uma vez Costa com o número que mais embaraço causa ao Governo, o do crescimento económico.
"A verdade é que a economia está a estagnar, está a metade do que o senhor previu", concluiu.