Há 20 anos no poder, o PS volta a ser o grande vencedor nas eleições regionais nos Açores.
Os resultados finais dão 46,43% (43.266 votos) para os socialistas, que elegeram 30 deputados. O PSD arrecadou 30,89% (20 deputados) e 7,2% dos açorianos votaram no CDS (4 deputados). O Bloco de Esquerda foi a quarta força política mais votada com 3,7% dos votos (2 deputados), seguindo da CDU (2,6%, um deputado). A abstenção situou-se no 59,16%. A aposta de Assunção Cristas nos Açores revelou-se positiva: o CDS conseguiu conquistar mais um deputado do que há quatro anos.
Maioria histórica fora das contas. Os socialistas renovam assim a maioria absoluta, mas perderam um deputado e obtiveram menos votos do que em 2012 (48,98%).
Para trás fica a possibilidade de uma maioria histórica. A sondagem do Açoriano Oriental/Norma Açores, no passado dia 2, no primeiro dia de campanha, previa uma vitória de Vasco Cordeiro a rondar os 66,9% – caso se tivesse confirmado seria o melhor resultado até hoje. Não se confirmou: o melhor foi o de Carlos César, com 56,97% dos votos em 2004.
Pior resultado de sempre para o PSD. O partido liderado por Duarte Freitas também perdeu um deputado e teve menos votos do que há quatro anos – o pior resultado tinha sido em 2008, com 30,27%.
Ainda assim, os números são mais positivos do que os da sondagem Açoriano Oriental/Norma Açores (20,7%). Na altura, em declarações ao i, o presidente do PSD desvalorizou as sondagens. “Vou guardar a primeira página deste jornal, como já guardei outros escritos do mesmo jornal no passado, em que dizia que o PS já tinha ganho a Câmara de Ponta Delgada. No final, o PPD/PSD ganhou a câmara municipal com maioria absoluta”, afirmou Duarte Freitas.
A ambição do PSD de retirar os socialistas do poder ficou pelo caminho. Ainda assim, a liderança do PPD/PSD não parece estar em causa. Pelo menos foi isso que deu a entender o seu líder: “Em qualquer circunstância eleitoral, eu serei candidato a presidente do partido”, disse Duarte Freitas à Antena 1.
Abstenção com níveis históricos. O resultado histórico foi para a abstenção, que se situou no 59,16%. O nível mais elevado de abstenção até ontem tinha sido em 2008, com 53,34% (192.943 eleitores) – nas anteriores legislativas, em 2012, a abstenção foi de 52,14%.
CNE avalia queixa da CDU. A ida às urnas nos Açores ficou ainda marcada por uma queixa da CDU. Na queixa, o mandatário regional da coligação, Jaime Araújo Pacheco, considerou que o símbolo estava “manipulado” nos boletins de voto. Queixa que será analisada pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) na terça-feira.