Mortágua traz tema incómodo sobre a dívida

São mais de cinco mil milhões de euros o valor de um excendente orçamental que “está a ir diretamente para o pagamento da dívida pública”. E isso é algo que o BE considera particularmente grave depois de ontem se ter conhecido um alegado acordo secreto entre França e a Comissão Europeia que tem permitido àquele país…

"Estamos a endividarmo-nos para pagar uma dívida pública", lançou a deputada Mariana Mortágua, confrontando Mário Centeno com o caso francês.

Centeno evitou dar uma resposta que incluisse qualquer referência ao alegado acordo secreto levado a cabo pelo governo francês, mas admitiu estar também preocupado com as questões do pagamento da dívida, sem contudo deixar de lembrar que há compromissos assumidos que o Governo não pretende rasgar.

"É uma dicussão que apenas pode ser tida no plano europeu", recordou Centeno.

No arranque do debate do Orçamento do Estado para 2017, o BE escolheu atacar a política da direita para defender o documento que irá aprovar na generalidade amanhã e que assegura representar "uma alternativa política para o país".

"A direita tem dito tudo e o seu contrário em relação a este Orçamento", atacou Mariana Mortágua, defendendo que PSD e CDS não sabem sequer o que querem para o Orçamento.

"Querem tudo e não querem nada", disse a deputada do BE que recordou "o ataque à célebre taxa sobre o património imobiliário milionário", para lembrar as várias atitudes que PSD e CDS tiveram sobre esse novo imposto, que começou por ser visto à direita como um "ataque à classe média", depois como um "ataque aos investidores" para, "quando perceberam que até Pedro Passos Coelho apresentou uma proposta semelhante", o imposto ter passado a ser criticado por deixar escapar os ricos e as offshores.

Para Mortágua, esta atitude "expõe o vazio de alternativa que a direita tem para oferecer".