Está aprovado na generalidade o Orçamento do Estado para 2017. Sem surpresas, o documento teve os votos favoráveis do PS, BE, PCP e PEV, a abstenção do PAN e os votos contra de PSD e CDS.
Começa agora o tempo da discussão na especialidade e antevêem-se semanas de intensa negociação à esquerda. BE, PCP e PEV vão tentar melhorar um documento que consideram "insuficiente".
Haverá também a apresentação de propostas do PAN – que admite com a sua aprovação mudar o sentido de voto na votação final global – e do CDS. Mas a grande novidade será o facto de o PSD estar a preparar também propostas de alteração ao Orçamento.
No Orçamento de 2016, os sociais-democratas optaram por não fazer qualquer proposta por considerarem que era impossível melhorar um documento que era "mau".
Agora, pressionado pela oposição interna, Pedro Passos Coelho muda de estratégia e vai a jogo para deixar claro aos portugueses que tem uma alternativa a António Costa.
Passos Coelho recusa, porém, entrar numa "merceria" ou num "leilão" de propostas e vai optar por apresentar ideias em áreas estruturantes como a Segurança Social.
Do lado do BE, as alterações ao regime dos recibos verdes são uma das grandes bandeiras que os que bloquistas querem ver aprovadas na especialidade.
A mudança nos escalões de IRS e o alargamento das deduções das despesas de Educação são outras áreas em que BE e PCP devem tentar mudar o Orçamento.
O PCP também já deixou claro que quer rever os termos do novo imposto sobre património imobiliário global, tendo recebido de Mário Centeno um sinal de aberura a essa revisão.