Superior. Marcelo sai em defesa dos politécnicos

Presidente da República diz que institutos politécnicos têm um “papel único” na coesão territorial e social

Numa altura em que se debate a transformação e o futuro dos politécnicos no ensino superior, o Presidente da República teceu esta terça-feira vários elogios a estas instituições. 

Para Marcelo Rebelo de Sousa, “o país seria diferente” e “não se consegue sequer imaginar” como seria Portugal sem os politécnicos. O Chefe de Estado frisou ainda que os politécnicos têm um “papel único” no combate  ao desemprego e à desertificação do interior país.

Marcelo Rebelo de Sousa – que confessa ter um sonho de dar aulas num politécnico – lembra ainda que estas instituições contribuíram para a democratização do ensino superior. “Não há coesão territorial sem coesão social e foram os politécnicos que favoreceram a circulação social, possibilitando o acesso ao ensino superior de um maior número de pessoas, ajudando na sua progressão social, comunitária e pessoal”. 

As declarações do Chefe de Estado foram feitas para uma plateia de professores e alunos do superior durante um seminário sobre “o contributo dos politécnicos para o desenvolvimento do país”, que decorreu na Escola Superior de Tecnologia da Saúde, em Lisboa, e que contou com a presença de vários ex-ministros da Educação, como Eduardo Marçal Grilo. 

O encontro e o debate tiveram como pano de fundo as reivindicações dos politécnicos para oferecerem cursos de doutoramentos e para alterarem o seu estatuto para Universidades de Ciências Aplicadas (University of Applied Science), acompanhando uma tendência que dizem ser europeia. 

Em carta enviada à tutela, em outubro, os presidentes dos conselhos gerais dos politécnicos defendiam que a impossibilidade terem doutoramentos “é uma penalização” e constitui “uma limitação ao serviço que têm capacidade de prestar ao país e às regiões em que se inserem, bem como para o seu próprio desenvolvimento institucional”.

Estas reclamações já antigas vieram unir novamente os politécnicos, depois de Lisboa, Porto e Coimbra terem entrado em rutura com as restantes 12 instituições, abandonando o órgão máximo de representação o Conselho Coordenador dos Politécnicos (CCISP).

O seminário procurou ainda  analisar a duplicação dos cursos em funcionamento nas universidades e nos politécnicos e a qualificação do corpo docente.