"O Governo já está a prometer para setembro do próximo ano, que é o mesmo da campanha eleitoral autárquica, integrar no Estado os precários todos. Não sabemos quem são, o que fazem, o que é que vai custar para futuro e quem é que vai ter de pagar isso", afirmou Passos Coelho, citado pela Lusa.
O líder da oposição vê riscos sérios na integração de trabalhadores a recibos verdes e com contratos a prazo nos quadros da Administração Pública pelo peso que os salários terão nas contas do Estado.
Passos acha mesmo que o "Estado tem de ter muito cuidado com a despesa que tem em salários, porque entre prestações sociais e salários, vai ser 70% da nossa despesa".
"Aqui há muitos anos houve um governo do PS que disse uma coisa simpática: há muitos precários no Estado, é preciso passar essas pessoas para o Estado e foram quase 100 mil. Depois veio a 'troika' e tivemos de pôr fora 80 mil", acrescentou.
Passos Coelho também não entende como é que medidas como esta são compatíveis com uma reforma do Estado. "Enquanto as reformas do Estado forem feitas assim, estamos mal. E espero ir votar contra isto hoje de manhã, justamente daqui a pouco, no parlamento, dentro da discussão da especialidade do Orçamento do Estado", disse na 1.ª Convenção Anual de Administração Pública Reforma do Estado: principais estratégias e desafios, em Leiria.
O social-democrata defende que a reforma do Estado "é um processo contínuo" e que é necessário "reorganizar a rede e a oferta" dos serviços públicos, usando essa redifinição para combater a desertificação do interior do país.