Jerónimo de Sousa confirmou, esta sexta-feira, que o PCP irá votar a favor do Orçamento do Estado para 2017.
"Além de não retomar opções de agravamento da exploração e empobrecimento que estariam em curso se o Governo PSD/CDS tivesse continuado a sua ação, [o OE2017] confirma e consolida avanços alcançados em 2016", afirmou o secretário-geral do partido, citado pelo Expresso.
Para o líder comunista, o documento fica “aquém das necessidades e possibilidades do país”. Ainda assim, considerou que abre a possibilidade “para repor e conquistar direitos" e "melhorar as condições de vida dos trabalhadores e do povo português", algo que não deve ser “subestimado”.
Jerónimo de Sousa ressalvou que “este não é o Orçamento do PCP”, algo que “se vai tornando cada vez mais óbvio, à medida que se vai estreitando o caminho imposto pela submissão aos grupos monopolistas, à UE e ao Euro”. E garante que não vão abandonar a “batalha” da renegociação da dívida e saída do Euro.
Relativamente à relação do Governo com a Europa, adiantou também que o Executivo “devia ser mais audaz”. “O PS confia numa posição ‘inteligente’, mas creio que só inteligência não chega nesta matéria [da renegociação da dívida e dos juros]”.
Isto não significa, porém, que se avizinhem problemas com o PS. “O compromisso existente entre PCP e PS está na posição comum e é essa convergência que define o grau de compromisso”.
O comunista aproveitou ainda para sublinhar algumas das medidas que surgiram de propostas do PCP e que constam do OE2017. O fim da sobretaxa de IRS “para 91% dos contribuintes” já no próximo mês, o aumento das pensões – que "poderia e deveria ir mais longe" –, o aumento do subsídio de refeição para os funcionários públicos, o alargamento do abono de família, entre outros.
Recorde-se que o Orçamento do Estado para 2017 está em discussão na especialidade e a votação final global realiza-se no próximo dia 29. O diploma foi aprovado na generalidade por PS, BE, PCP e PEV, com a abstenção do PAN e votos contra de PSD e CDS.