O governo acaba de confirmar a ida de Paulo Macedo, ex-ministro da Saúde do PSD, para CEO da Caixa Geral de Depósitos (CGD),oficializando os rumores dos últimos dias que apontava este nome para liderar a Caixa, depois de António Domingues ter batido com a porta, meses depois de ter assumido funções.
Para Chairman da CGD foi convidado o Dr. Emílio Rui Vilar, convite esse que também foi aceite. "O governo está, em conjunto com Paulo Macedo e com Emílio Rui Vilar, a trabalhar na definição da composição do restante Conselho de Administração", revela o ministério das Finanças, em comunicado.
O ministério diz ainda que, "o processo de nomeação do novo conselho de administração da CGD segue assim o seu curso normal". Ou seja, vai ter de aguardar luz verde por parte do Banco Central Europeu (BCE).
Salário igual
Paulo Macedo vai manter o mesmo salário que foi atribuído a António Domingues. Ou seja, um salário anual de 432 mil euros, acrescido de uma remuneração variável que pode ir até 50% da componente salarial fixa e que depende dos resultados alcançados.
A verdade é que nos últimos dias surgiram várias vozes em relação ao ordenado a pagar ao futuro líder da Caixa. O PCP e o BE disseram que o governo deveria aproveitar esta oportunidade para negociar um salário mais baixo e mantiveram a posição inicial – o salário do presidente da Caixa não deve ultrapassar o do primeiro-ministro.
Também Marcelo Rebelo de Sousa fez saber que o salário do novo presidente da Caixa deveria ser inferior ao que ainda é pago a António Domingues.
Além dos parceiros do Governo, também o PSD tem criticado a remuneração do líder da Caixa, defendendo que a regra deve ser o salário do primeiro-ministro, mas admitindo exceções autorizadas pelo ministro das Finanças e que podem permitir um salário igual à média dos últimos três anos no lugar de origem.
Aliás, esta proposta volta a ser discutida no Parlamento na próxima terça-feira, no âmbito de um projecto lei mais alargado, depois de ter sido chumbada durante o debate do Orçamento do Estado para 2017.
Plano em marcha
Paulo Macedo vai ter em mãos a execução do plano de recapitalização da Caixa que poderá atingir os quase cinco mil milhões de euros.
Ainda esta semana, o comissário do Euro, Valdis Dombrovskis, admitiu que “no que diz respeito ao acordo de princípio sobre a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos, foi fechado já em agosto e a Comissão continuará a trabalhar nessa base”, afirmou.
As condições do acordo exigem que a recapitalização seja feita “em condições de mercado”, para evitar conflitos concorrenciais, permitindo a injeção direta de 2,7 mil milhões de euros do Estado.