"Perdemos o Porto há três anos e há três anos continuámos sem ganhar a câmara de Lisboa, que perdemos quando o doutor Marques Mendes era presidente do PSD", recordou o presidente do PSD, considerando que os sociais-democratas têm "algumas hipóteses" de reconquistar a capital.
O líder social-democrata respondia a Marques Mendes que no comentário semanal no Jornal da Noite da SIC, no passado domingo, considerou que o PSD ficou numa situação complicada perante a decisão de Pedro Santana Lopes declinar o desafio lançado pelo partido para se candidatar a Lisboa, preferindo continuar à frente da Santa Casa da Misericórdia.
Para o antigo líder dos sociais-democratas, com esta recusa, restam ao PSD três hipóteses. Uma passa por apoiar Assunção Cristas, solução que, em seu entender, “nesta altura é uma humilhação, porque fica a ideia que não é por nenhuma convicção, mas sim por ter medo de um mau resultado”. Outra passa por apresentar um candidato que qualificou como “frouxo, e isso é uma segunda humilhação”. Por último, haverá sempre uma terceira hipótese que passa por retirar um “coelho da cartola que pode mudar tudo”.
Todavia, para Marques Mendes, a “situação [para o PSD] não é fácil e quanto mais tempo demorar a resolver-se pior será”.
O comentador considerou ainda que a decisão de Santana Lopes constitui a “sorte grande” de Fernando Medina, atual presidente da Câmara Municipal de Lisboa.
“Este homem nasceu virado para a lua”, disse, justificando: “tem tido a sorte toda, pois não tem nenhum adversário forte nem à esquerda, nem à direita”.
Para Luís Marques Mendes a decisão do atual provedor da Santa Casa também pode ser lida como uma “prenda de Natal” para Assunção Cristas, a candidata do CDS à maior autarquia do país.
“Quando se lançou achei que era uma decisão corajosa, embora não tivesse uma grande dose de risco. O risco maior podia ser Santana Lopes e esse risco agora não existe. A jogada dela foi certeira”, concluiu.