As autoridades da Coreia do Sul suspeitam que a vizinha Coreia do Norte conseguiu aceder a documentos militares confidenciais através de um ciberataque. Estes tipos de ataques por parte de Pyongyang até são frequentes, mas esta é a primeira vez que têm como alvo entidades militares. Em Seul admite-se a existência do ciberataque mas ainda se desconhece a que informação secreta tiveram acesso os piratas informáticos.
“Parece que o serviço de intranet do centro de comando militar foi contaminado com um programa malicioso. Descobrimos que alguns documentos, incluindo informação confidencial, foram pirateados”, informou um oficial do ministério da Defesa sul-coreana, à Yonhap, dando conta de que os principais suspeitos são os vizinhos da Coreia do Norte.
Segundo aquela agência noticiosa da Coreia do Sul, Kim Jong-un tem a seu cargo milhares de agentes estatais a trabalhar como piratas informáticos. Os ciberataques vindos de Pyongyang costumam, no entanto, ser direcionados a bancos, empresas, meios de comunicação e, em alguns casos muito pontuais, a smartphones pessoais.
Esta realidade, aliada ao forte dispositivo de segurança construído em volta do sistema informático das autoridades de Seul, levou inclusivamente o deputado sul-coreano Kim Jin-pyo a confessar, em outubro, que as hipóteses de acesso a informação confidencial militar eram “muito reduzidas”.
O ciberataque tornado público nesta terça-feira vem contrariar a confiança de Kim. Um porta-voz do exército sul-coreano confessou à estação televisiva britânica BBC que todos os indícios apontam para o roubo de documentos confidenciais, pelo que a prioridade das autoridades passa por tentar perceber que documentos são esses. Perto de 20 mil computadores estavam ligados ao servidor pirateado.