O nome do líder do PSD, Pedro Passos Coelho, começa a ser cada vez mais falado à boca pequena entre militantes do concelho de Lisboa como “o mais bem colocado para enfrentar o desafio de uma candidatura à câmara da capital”.
Uma fonte do PSD de Lisboa, que pediu para não ser identificada, assegurou ao i que esse sentimento “está a crescer entre os militantes sociais-democratas do concelho”, depois da recusa de Pedro Santana Lopes em avançar para uma candidatura a Lisboa.
“Desde a saída de cena de Pedro Santana Lopes – sem dúvida, o nome mais forte para roubar a câmara aos socialistas –, o PSD ficou assim como que órfão daquela que seria a solução mais desejada para a capital. Entre os militantes começou então a surgir, dentro de uma lógica de que só a vitória interessa, o nome do líder do partido. Só ele tem condições para chegar, ver e vencer”, adiantou.
Para a fonte, “não existe nem pode existir a mais pequena dúvida de que, depois de tudo o que se passou recentemente no PSD, só mesmo Passos Coelho tem o perfil de uma candidatura vencedora contra Medina”.
“Sem generais para ir ao combate, uma candidatura de Pedro Passos Coelho seria vista como uma prova de vontade, confiança e disponibilidade que passava ao partido e à cidade”, considerou.
E concluiu: “Aliás, recordo que Pedro Passos Coelho, há pouco mais de um ano, venceu as eleições legislativas no concelho de Lisboa – naquela que foi a casa de António Costa – com uma vantagem de cerca de três por cento sobre os socialistas.”
“Passos Coelho é candidato a primeiro-ministro” O coordenador do partido para as eleições de outubro de 2017, Carlos Carreiras, afastou totalmente a hipótese de uma candidatura do líder a Lisboa.
“Essa questão não está nas expetativas. Pedro Passos Coelho é candidato a primeiro-ministro e não é candidato a presidente da Câmara de Lisboa”, sustentou Carreiras na assinatura do acordo entre o PSD e o CDS para as eleições do próximo ano.
O i sabe que esta questão também não entrou nas conversas da concelhia de Lisboa do partido, onde o nome do líder social–democrata não foi falado ou considerado para a capital.
Ainda ontem, em declarações à TSF, o líder da concelhia, Mauro Xavier, lembrou que a escolha do candidato à Câmara de Lisboa não é uma competência sua.
“A estrutura do PSD de Lisboa está a trabalhar quer com a distrital, quer com a nacional para encontrar a melhor solução para ir ao encontro dos anseios dos lisboetas”, assegurou.
Considerou ainda que gostava que o partido já estivesse no terreno a pensar nas autárquicas de outubro do próximo ano.
O dirigente disse também que aceita os prazos determinados pelos órgãos nacionais do partido, que apontam o final do primeiro trimestre de 2017 como data-limite para as candidaturas estarem no terreno.
Depois da recusa de Pedro Santana Lopes, da qual foi um acérrimo promotor e defensor, Mauro Xavier está agora apostado em que o partido avance com uma alternativa à gestão do socialista Fernando Medina.
“Acredito num projeto liderado pelo PSD. O mais importante é encontrarmos uma solução para a cidade que permita uma alternativa ao desgoverno socialista”, concluiu.
Uma outra fonte do PSD afirma: “Ao PSD restam três alternativas: um candidato próprio, mostrando que é um partido nacional e vencedor; apoiar a candidatura de Assunção Cristas, passando assim para a líder do CDS-PP o protagonismo de uma candidatura – já no terreno – à principal câmara do país e que recolhe resistência do lado de muitos militantes; ou avançar com um candidato independente com o prestígio suficiente para sair vencedor.”
O acordo autárquico O acordo para que existam coligações PSD/CDS nas autárquicas diz que os dois partidos se candidatam juntos sempre que seja essa a vontade das estruturas locais. Os responsáveis acreditam que o número de coligações pode aumentar comparativamente a 2013, quando assinaram 92 acordos.
Depois dessas eleições, os dois partidos ficaram a governar 22 municípios.
“Para efeitos de repartição de votos e da subvenção pública”, os dois partidos acordaram que “o critério de repartição pelas coligações será de 80% para o PPD/PSD e 20% para o CDS-PP.”
Este é o primeiro acordo de coligação com o PSD assinado durante o mandato de Assunção Cristas à frente do CDS. A decisão sobre os concelhos em que vão concorrer coligados vai ficar definida no início do próximo ano.