O Bloco de Esquerda e o PCP reagiram à mensagem de Natal do primeiro-ministro sublinhando os avanços alcançados pelo atual governo. Ressalvam, contudo, a necessidade de fazer mais para o ano que vem.
“Em 2017 temos obrigação de fazer melhor que em 2016”, afirmou bloquista Marisa Matias. Para a eurodeputada, “este governo fez o que o governo de direita não foi capaz de fazer em quatro anos” e destacou algumas medidas como os “mais de 100 mil postos de trabalho” que foram recuperados e a “reposição de rendimentos”. “Estando contentes, não estamos satisfeitos”.
Também Jaime Toga, membro da Comissão Política do Comité Central do PCP, valorizou “os avanços alcançados decorrentes da nova fase da vida política nacional”, mas caracterizou-os de “limitados e insuficientes”.
Na mensagem de Natal, António Costa defendeu que a educação das crianças “tem de ser a primeira das nossas prioridades”, acrescentando que o “maior e verdadeiro défice” de Portugal “é o défice do conhecimento”. “Queremos construir uma sociedade decente em que todos possam aceder ao conhecimento”.
A gratuitidade dos manuais escolares, o alargamento do ensino pré-escolar a todas as crianças com mais de três anos e a cessação dos contratos de associação foram algumas das medidas destacadas pelo BE e pelo PCP. Ainda assim, os “constrangimentos externos” impediram um maior avanço, referem ambos os partidos.
"Quer se trate de questões de matéria de saúde, educação e de conhecimento, não será possível resolver os problemas do país sem romper com os constrangimentos externos, sem romper sem os constrangimentos da União Europeia, do euro e sem romper com a submissão do capital monopolista", disse Jaime Torga. “Não só é necessário como possível romper com esses constrangimentos e assumir uma política patriótica e de esquerda que dê resposta às necessidades da população”.
Já Marisa Matias adiantou que é preciso “investimento”. “Nós gastamos mais dinheiro em juros da dívida do que gastamos em educação”, afirmou a eurodeputada, acrescentando que é preciso investir mais na área da cultura e na defesa do Serviço Nacional de Saúde. “O SNS é um dos garantes da nossa democracia e temos um verdadeiro cancro, que é o das Parcerias Público Privadas”.
A questão do combate à precariedade foi também abordada pelos dois partidos, sendo que o BE sublinhou os “compromissos” assumidos pelo governo nesta matéria, exigindo que estes se traduzam em ações concretas.