Na Cisjordânia há 196 assentamentos e 232 postos avançados (embriões de futuros colonatos). Todos ilegais segundo o direito internacional e os Acordos de Oslo. Segundo análises de fotografias aéreas feitas pelo think tank ARIJ há cerca de 800 000 colonos judeus em territórios palestinianos (mais de 400 000 na Cisjordânia e 360 00 em Jerusalém Leste).
Segundo os dados desta organização o número de colonos ilegais em territórios palestinianos triplicou nos últimos 20 anos. A projeção demográfica da ARIJ (Instituto de Investigações Aplicadas de Jerusalém) prevê que haja em 2020, um milhão de colonos israelitas na Cisjordânia e em 2040 haverá 2,2 milhões.
Acresce que Israel coloca centenas de checkpoints em território palestiniano, para garantir a segurança destas ocupações ilegais, impossibilitando a vida das populações: “Um palestiniano pode demorar mais de sete horas a atravessar a Cisjordânia, enquanto um colono faz o mesmo percurso em 35 minutos”, diz ao “El Mundo”, Jad Isaac, director geral do ARIJ.
O processo tem muito tempo: “Em 1948, Israel estabeleceu-se em 78% do território da Palestina. Depois da guerra de 67, os palestinianos ficaram só em 22%. Em 2000, Ehud Barak ofereceu aos palestinianos um Estado sem fronteiras externas e sem Jerusalém em 18% do território. Em 2005, já só lhes restava 11% , com a Cisjordânia cortada em quatro pedaços”, e conclui o director da ARIJ, “o projeto do Netanyahu é o seguinte: ficar com tudo. Nada de dois Estados (um palestiniano e um israelita”.
Como afirmou a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, “A política de assentamento de colonatos e demolições de casas de palestinianos, a violência e a incitação dizem-nos claramente que as perspetivas que Oslo abriu estão em perigo”.