Hugo Soares diz mesmo que a Caixa "está a ser gerida através de SMS e e-mails", numa alusão à troca de mensagens entre Mário Centeno e António Domingues sobre o pedido do ministro para o administrador se manter em funções até à posse de Paulo Macedo.
Essa troca de mensagens – e a que terá acontecido sobre a obrigatoriedade da entrega de declaração de rendimentos pela administração – deverá, aliás, estar no centro das perguntas que serão feitas pelo PSD a Domingues amanhã na Comissão Parlamentar de Orçamento e Finanças.
O agora ex-administrador da CGD não será ouvido na Comissão de Inquérito à Caixa, como o PSD pretendia, e isso fez Hugo Soares voltar às críticas no dia em que recomeçam os trabalhos daquela comissão.
"Lamentamos que os trabalhos não recomecem ouvindo o ministro das Finanças e António Domingues", afirmou o deputado social-democrata, recordando que essa audição não se realizará por PS, BE e PCP terem entendido que não se enquadrava no âmbito do objecto da comissão.
Hugo Soares frisa que a audição em Comissão de Inquérito obedece a regras que não se aplicam às comissões parlamentares e que no caso da Comissão de Orçamento e Finanças não há crime de falsas declarações quando se mente nem obrigatoriedade de responder a todas as questões que são feitas pelos deputados.
Numa altura em que a CGD volta a estar sem administração pela segunda vez num espaço de seis meses, o PSD considera que esta situação "prejudica de forma irrecuperável a credibilidade e a confiança no banco público".
Hugo Soares aponta ao dedo a António Costa e Mário Centeno, defendendo que a situação em que a CGD se encontra "é da total responsabilidade do senhor primeiro-ministro e do senhor ministro das Finanças".
O PSD entende mesmo que a Caixa não está a cumprir o seu papel de "estar ao serviço da economia" por estar fragilizada por todo o processo em torno da sua administração.