O ex-presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD) justificou a sua demissão porque ia ficar sem equipa. “Não ia ter condições para fazer o trabalho”, esclareceu António Domingues aos deputados, onde está a ser ouvido na Comissão de Finanças.
“Demitiram-se 13 pessoas da minha equipa e sem equipa teria dificuldade em gerir a Caixa”, acrescenta.
António Domingues esclareceu ainda que não “podia arranjar outros administradores”, acrescentando ainda que “entendi que a forma como o debate foi feito, eu pessoalmente senti que não tinha condições para continuar, dadas as circunstâncias políticas”.
“A primeira responsabilidade de um gestor é, sempre, saber se tem condições para assegurar a gestão da Caixa”, disse Domingues. “A minha preocupação foi deixar o plano de recapitalização pronto. Está pronto e validado”.
Domingues lembrou ainda que, os administradores que convidou eram vistos como mais- valias para a Caixa. “Alguns nem eram portugueses, as condições que tinham sido acordadas e na base das quais eu os convidei” não se confirmaram. Deixando, mais uma vez, claro que lhe foi prometido pelo governo, que não seria necessário apresentar a declaração de património e rendimentos.
"Eu queria muito continuar na Caixa, mas concluí que não podia. O accionista teve de decidir e eu também. Tenho respeitar a decisão do acionista, mas também têm de respeitar a minha", conclui.