“Decisão do parlamento é amiga da corrupção”, diz deputado do PS

Ascenso Simões critica Marcelo e esquerda por alinharem com cortes no financiamento dos partidos e das campanhas eleitorais 

O deputado Socialista Ascenso Simões defende que a decisão do parlamento de reduzir em definitivo as subvenções públicas aos partidos políticos e às campanhas eleitorais “é amiga da corrupção e do tráfico de influências”.

Num artigo intitulado “Ainda o financiamento dos partidos”, publicado no jornal “Acção Socialista”, o deputado do PS diz que não estranha que a direita tenha “aceitado reduzir o financiamento público aos partidos e às campanhas eleitorais”, porque “uma certa direita mais à direita sempre teve quem lhe pagasse as contas das campanhas eleitorais. Era, aliás, uma forma que os senhores dos anéis tinham para controlar as decisões e os decisores, uma maneira de garantirem as boas autorizações administrativas que libertassem terrenos para construção”.

Ascenso Simões esperava, porém, outra posição dos partidos de esquerda. “O que mais me irrita é que os partidos à esquerda do PS tenham alinhado no populismo antipartidos”.

O deputado socialista diz ainda que ficou “profundamente irritado com o ar paternalista do Presidente da República quando nos disse que achava que os partidos gastavam muito e as campanhas eram caríssimas”.

A redução definitiva das subvenções públicas aos partidos políticos em 10% e às campanhas eleitorais em 20% foi aprovada por todos os partidos. Só o PAN e Ascenso Simões se abstiveram. O deputado escreve agora que ficou “muito irritado e triste com o que aconteceu”, porque “poucos terão pensado muito bem em tudo o que se passou”.

Para deputado socialista, a “decisão do parlamento sobre os recursos públicos para os partidos é amiga da corrupção e do tráfico de influências, é beneficiadora dos candidatos ´a cargo`, é promotora de mais anormalidades no sistema partidário”