As divergências com o PCP no pós-25 de Abril ou na adesão à CEE ou as diferenças com o CDS sobre a forma da descolonização ou até as críticas feitas ao Governo de Passos Coelho e Paulo Portas, nada disso impediu o voto favorável de todos os partidos com representação parlamentar do voto de pesar redigido por Eduardo Ferro Rodrigues.
Além do voto, Soares teve direito a que todas as bancadas se levantassem após a votação e quase todos os deputados aplaudissem de pé. Alguns, como o deputado comunista Miguel Tiago, optaram por se levantar – tanto após a votação como após a exibição de um curto vídeo com imagens da vida de Mário Soares – mas sekm aplaudir.
No final, todos sem excepção cumpriram um minuto de silêncio que terminou com nova ovação que se estendeu por longos segundos, terminando apenas quando se começou a ouvir no hemiciclo o hino tocado pela banda da GNR nos Passos Perdidos da Assembleia da República e que deu lugar a mais um longo aplauso de pé por todas as bancadas parlamentares.
Foi o encerrar de três dias de luto nacional pela morte do antigo Presidente da República que foram também dos dias do primeiro funeral de Estado realizado no Portugal democrático e que ficaram marcados por várias cerimónias e homenagens a um dos homens que ajudaram a construir a democracia.