O ministro do Ambiente garantiu que as relações entre Portugal e Espanha não ficarão afetadas devido à questão de Almaraz, acrescentando que se trata apenas de um “diferendo”.
“De todo em todo. Espanha e Portugal são dois países amigos, dois países vizinhos, que ao longo do tempo e da sua história tiveram alguns diferendos. Este diferendo está localizado, está identificado e aquilo que queremos é que quem tem capacidade e competência para o poder resolver, que é a Comissão Europeia, o resolva, mais nada”, afirmou João Matos Fernandes, esta sexta-feira, à margem da sessão de apresentação do Programa de Monitorização Costeira.
O governante disse não ter “a mais pequena dúvida” de que é preciso fazer avaliação de impacte transfronteiriço à construção de um armazém de resíduos nucleares a 100 quilómetros da fronteira portuguesa. "A condição de Portugal é uma e só uma: que essa avaliação de impactes [ambientais] venha a ser feita e é essa que estamos a solicitar junto de Bruxelas".
Matos Fernandes recusou-se, porém, a fazer declarações sobre o conteúdo da reunião, que teve lugar esta quinta-feira em Madrid, entre os ministros do Ambiente de Portugal e Espanha. “Não vou dizer o que se passou em concreto na reunião. Houve alguns avanços naquilo que era a posição de partida pelo lado do governo espanhol. Nunca esteve em causa, do lado de Espanha, e era esse o nosso desejo, ser Espanha a fazer a avaliação de impacte ambiental. Esteve em causa, apenas, uma troca mais intensa de informação. Ora, é evidente que quem tem de fazer a avaliação ambiental é o país promotor do projeto e não pode em situação alguma ser Portugal”.