O PSD de Miguel Albuquerque tem maioria absoluta para governar a região autónoma da Madeira. Mas isso não chega para o PS acreditar na estabilidade governativa madeirense. Carlos Pereira, líder socialista da Madeira, assegura que a região está a viver uma “instabilidade nunca vista”.
“Basta dizer que nos últimos 20 meses tivémos três secretários regionais da Saúde, dois presidentes do Instituto de Desenvolvimento da Madeira – que distribuiu os fundos para a região – e quatro conselhos de administração do Serviço Regional de Saúde”, aponta ao i o líder do PS Madeira, Carlos Pereira, que diz que a estas mudanças se somam um conjunto de promessas por cumprir.
“Não está a ser cumprido o que foi prometido relativamente ao subsídio de mobilidade aérea, não foi feita a ligação por ferry ao continente, não existe o cargeiro aéreo que foi prometido e está por fazer a reestruturação dos portos da Madeira”, denuncia o socialista, que critica ainda a forma como foi renovada sem concurso ao Grupo Pestana a concessão do Centro Nacional de Negócios que gere a Zona Franca da Madeira.
Além disso, Carlos Pereira diz que os indicadores sociais e económicos da região são motivo de preocupação. “Foi a única região do país onde o PIB caiu, aumentou a taxa de desemprego, é das zonas onde o risco de pobreza é mais elevado e o índice de criação de empresas está a cair em contraciclo com o plano nacional”, afirma ao i.
Tudo somado, Carlos Pereira diz que há “descontentamento mesmo no PSD”, que acredita estar cada vez mais “dividido em grupos e grupelhos”.
“Ora, como a maioria absoluta está dependente de um deputado, há razões para a acreditar que se está perante uma situação de instabilidade governativa”.
Apesar disso, Pereira assegura que a crise política que descreve não tem origem na relação com o Governo PS. “O PS tem contribuído para que os últimos Orçamentos do Estado tenham sido os mais amigos das regiões. É preciso dizer que foram feitas com este Governo as maiores transferências dos últimos cinco anos para a Madeira”.