O PCP, como tinha anunciado ontem, não vai pedir a cessação da vigência da diploma, mas apresentar propostas de alteração.
Mas ainda pode aparecer um pedido de cessação de vigência do decreto-lei. Isto, porque o PSD deixa tudo em aberto até ao dia do debate.
"Não excluímos nenhuma hipótese", disse o líder parlamentar do PSD, Luis Montenegro, depois de atacar o PCP por "ter mudado de ideias" e não pedir que o decreto caia.
Caso os sociais-democratas avancem com um pedido de cessação de vigência, já sabem que não contarão nem com o BE – que esteve sempre contra essa hipótese – nem com o PCP.
João Oliveira já deixou claro que se os comunistas quisessem que o decreto-lei deixasse de estar em vigor teriam apresentado essa proposta e não as propostas de alteração que irão entregar.
O líder parlamentar comunista criticou mesmo o PSD por estar "muito preocupado" com as posições do PCP, sugerindo aos sociais-democratas que se concentrem nas suas.
A nova atitude do PSD de aproveitar as fragilidades dos entendimentos à esquerda podia fazer deste pedido de cessação de vigência um momento tenso para a maioria que sustenta o Governo no Parlamento.
No entanto, o facto de o PCP não pedir a cessação de vigência do diploma esvazia essa tensão política.
O PCP vai apresentar propostas de alteração que mantenham a Carris na esfera pública, numa defesa que não deverá ser acompanhada por PSD e CDS, que preferiam a concessão a privados.
Os comunistas querem, porém, que outros concelhos onde a Carris opera – Loures, Oeiras e Amadora – tenham uma palavra a dizer na gestão da empresa de transporte púbico. Uma ideia bem acolhida pelo BE, mas que ainda não é claro como será concretizada e se terá ou não o apoio do PS.