Isaltino Morais vai esperar para saber quem é o candidato do PSD a Oeiras antes de decidir se avança ou não com uma candidatura à Câmara. «Estou a ponderar. Estou a ver o xadrez político. Enquanto o PSD não escolher um candidato, não vou tomar nenhuma decisão», confessa ao SOL o ex-autarca, que sabe ter já 15 mil assinaturas recolhidas por um movimento de cidadãos que o apoia para concorrer como independente. Com esse trabalho concluído, Isaltino não tem pressas para tomar uma decisão e só o deve fazer em março, altura em que já será claro quem vão apoiar os sociais-democratas em Oeiras.
Até agora, o PSD tem estado em negociações com o independente Paulo Vistas para o apoiar. Mas as conversas têm-se complicado, ao mesmo tempo que há uma aproximação entre o líder da concelhia social-democrata Ângelo Pereira e Isaltino Morais.
O SOL sabe que Isaltino – que mantém uma boa relação com Ângelo Pereira – já teve algumas conversas com o social-democrata no sentido de desenhar um entendimento pós-eleitoral para a partilha de pelouros na Câmara de Oeiras.
Isaltino Morais sempre viu a candidatura de Paulo Vistas, seu antigo número dois, como uma traição e a ideia de lhe dificultar a conquista da Câmara dita estas conversas preliminares com o PSD.
Apesar desses contactos, continua tudo em aberto. Mas há cada vez mais sociais-democratas que temem uma guerra aberta que se traduza em três candidaturas contra o PS, que deverá ser representado por Joaquim Raposo. «Baralhou-se tudo. O PSD esteve para apoiar o Paulo Vistas, mas as conversas complicaram-se e a negociação não chegou a bom termo. Pode haver três candidaturas», comenta uma fonte do partido.
A hipótese Ângelo Pereira
Neste cenário, Paulo Vistas teria a concorrência de Isaltino Morais, mas também de um candidato indicado pelo PSD. E quem seria esse candidato? Várias fontes sociais-democratas ouvidas pelo SOL apontam para Ângelo Pereira, o líder da concelhia.
Pereira é, de resto, visto em Oeiras como alguém que tem trabalhado nos últimos anos para conseguir chegar a esse patamar. E Isaltino Morais refere-se a ele como «um trabalhador, bem preparado».
Ao SOL, Ângelo Pereira não confirma nem desmente a hipótese de se apresentar como candidato autárquico a Oeiras. «É uma questão que só se vai colocar em cima da mesa em março», diz o dirigente social-democrata, que pretende usar até ao fim o prazo definido pelo coordenador autárquico do PSD, Carlos Carreiras, para a definição das candidaturas para estas eleições. «O prazo é o dia 31 de março e nós tencionamos esgotá-lo até ao fim», aponta Ângelo Pereira, garantindo que até agora não houve nenhuma conversa formal para definir em concreto quem representará o PSD em Oeiras nas próximas autárquicas.
Pereira garante que esse processo só terá início em março. E lembra que «há vários candidatos» de quem se fala para o concelho. Um deles é, claro, o de Isaltino Morais, que também está à espera da definição de Ângelo Pereira.
Ou seja, Isaltino está à espera de Ângelo e Ângelo parece estar à espera de Isaltino. Pelo meio, o atual presidente da Câmara de Oeiras, Paulo Vistas, tem em aberto a possibilidade de avançar como independente, apesar de estar a tentar o apoio do PSD. E o PS já se definiu apresentando o histórico autarca da Amadora Joaquim Raposo para ir a jogo.
A indefinição social-democrata faz Isaltino usar de ironia. «Não se percebe como é que um partido como o PSD não consegue encontrar um candidato nem para Lisboa nem para Oeiras», atira.