O valor é superior às previsões oficiais, mas não deixa de ser abaixo do registado no ano anterior. Em 2016 o PIB cresceu menos 0,2 pontos percentuais do que em 2015. E há outro dado: a redução do investimento traduziu-se num peso inferior da procura interna no crescimento da economia no ano passado quando comparado com 2015.
“O contributo da procura interna para a variação do PIB diminui, refletindo a redução do investimento e, em menor grau, a desaceleração do consumo privado. A procura externa líquida apresentou um contributo significativamente menos negativo do que em 2015”, aponta o INE, numa tendência que se explica sobretudo graças ao crescimento do Turismo que a Comissão Europeia também evidenciou no relatório ontem divulgado.
Aumento da procura interna explica aceleração
No entanto, quando se olha para a aceleração de 2016, vê-se um aumento do investimento e do consumo privado que faz com que a economia tenha crescido 1,9% nos últimos três meses em relação ao mesmo período de 2015.
"No 4º trimestre de 2016, o Produto Interno bruto (PIB) registou, em termos homólogos, um aumento de 1,9% em volume (variação de 1,6% no 3º trimestre). Esta aceleração do PIB resultou do aumento do contributo da procura interna, observando-se uma recuperação do Investimento e um crescimento mais intenso do consumo privado", lê-se na nota do INE.
O último trimestre de 2016 mostra mesmo uma subida em cadeia forte de 0,6%, mesmo que inferior à de 0,8% registada no terceiro trimestre. Ambas as acelerações são explicadas no essencial por um aumento do investimento. Tudo somado, a economia portuguesa apresenta dois semestres consecutivos de crescimento sólido.
Recorde-se que no Relatório de Inverno ontem divulgado a Comissão Europeia prevê para 2017 um crescimento de 1,6%.