A deputada do PEV diz que tudo vai depender dos esclarecimentos que obtiver do Governo português sobre o que foi acordado, porque para já ainda há muitas incógnitas.
"A decisão de construção do armazém está tomada por Espanha. É preciso saber se este processo de consulta pode pôr em causa essa decisão ou se é uma mera formalidade", diz ao i a líder dos Verdes.
Para já, Heloísa Apolónia diz que o que foi anunciado pelo Governo português "não dá garantias" de que a construção do armazém possa ser efetivamente travada.
Apesar dessa ausência de garantias, Portugal resolveu tirar a queixa feita em Bruxelas contra Espanha.
Heloísa Apolónia diz, porém, que "em princípio a queixa pode voltar a ser colocada", caso as autoridades espanholas não cumpram o prometido no sentido de acautelar o impacto transfronteiriço da construção do armazém de resíduos.
Recorde-se que Almaraz fica a cerca de 100 quilómetros da fronteira portuguesa, mas Espanha decidiu avançar com a autorização para construir um armazém de resíduos tóxicos sem qualquer avaliação do seu impacto em Portugal.
Em aberto está ainda a possibilidade de Espanha prolongar a vida da central nuclear apesar de ela ter um reator de 1983 e outro de 1986, que já ultrapassaram todos os limites de validade que têm sido usados internacionalmente.
Graças a este acordo, também essa possibilidade vai ser ponderado depois de uma visita com autoridades portuguesas e da Comissão Europeia. Mas não há garantias sobre o encerramento da central nuclear que tem a Endesa e a Iberdrola como acionistas.