Costa deixou apenas uma garantia: o Estado não vai perder os 3,9 mil mihões de euros que estão no Fundo de Resolução.
"O Estado em caso algum perderá 3,9 mil milhões de euros ou qualquer parcela dos 3,9 mil milhões de euros", assegurou o primeiro-ministro, admitindo que "pode ser que o sistema financeiro possa ter de suportar" pelo menos em parte a perda desse valor, caso o Novo Banco seja vendido por um montante inferior.
António Costa explicou que os 3,9 mil milhões de euros correspondem a um empréstimo do valor que os bancos tiveram de pôr no Fundo de Resolução, que terão de ser pagos ao Estado.
O que António Costa não fez foi comprometer-se com uma solução de nacionalização ou de venda do Novo Banco. "O Governo só se pronunciará numa resolução final em função do resultado obtido nas negociações", limitou-se a responder Costa, mantendo a promessa de que não haverá garantias do Estado sob qualquer forma, mas não sendo claro na resposta à pergunta de Catarina Martins sobre se essas garantias poderão ser dadas através do Fundo de Resolução.
"Reparo que o senhor primeiro-ministro não disse nada sobre garantias dadas pelo Fundo de Resolução. E nós sabemos que o Fundo de Resolução é sempre défice público", notou a coordenadora do BE.
Costa voltou, contudo, a repetir que a venda só se fará se ficar assegurado que são cumpridas as três regras que o Governo definiu à cabeça deste processo.
"Só devia haver alienação a quem assegurasse a continuidade duradoura do banco, que ele não seja desmantelado e esteja ao serviço da economia e as Pequenas e Médias Empresas, que não haja garantias do Estado, que se assegure a estabilidade do sistema financeiro. São três regras que definimos e dessas regras não saímos", garantiu António Costa.
Com os dados que são conhecidos, Catarina Martins diz que "tudo indica que esta venda seja como a do BPN ao BIC ou do Banif ao Santander" e defende que só a nacionalização poderia garantir que a operação não sairia ainda mais cara aos contribuintes".