Não há qualquer referência às SMS trocadas entre Mário Centeno e António Domingues no objeto definido no requerimento para a nova comissão de inquérito.
Esta formulação não deverá esbarrar na Constituição, como chegou a ser equacionado pela esquerda caso PSD e CDS tivessem feito referência direta aos SMS no objeto da comissão.
Luís Montenegro já admitiu, contudo, que os partidos da oposição se reservam o direito de fazer perguntas sobre isso.
Na conferência de imprensa de apresentação do requerimento, Nuno Magalhães disse mesmo que ninguém compreenderia que não se fizesse "a pergunta que o país inteiro anda a fazer" sobre os SMS.
"O que é que se espera dos partidos da oposição? Que fiquem silenciosos?", questionou Montenegro, garantido que o PSD fará o seu trabalho "dentro dos limites da lei e da Constituição".
"Esta não é uma comissão de inquérito à CGD. Esta é uma comissão de inquérito à atuação do Governo na relação com a gestão de António Domingues", frisou Magalhães.
Por isso mesmo, Montenegro admitiu que pode vir a chamar António Costa. "Era bom que não fosse preciso interpelar o primeiro-ministro", disse, reconhecendo que essa hipótese será acionada caso o PSD entenda que há respostas que só Costa pode dar.
"Foi o Dr. Mário Centeno que disse numa conferência de imprensa que o senhor primeiro-ministro sabia tudo", acrescentou Nuno Magalhães, frisando que PSD e CDS ainda não decidiram que diligências poderão vir a pedir nesta comissão.