O Presidente da República exige que sejam esclarecidas as razões que levaram ao cancelamento da conferência que foi cancelada pela direção da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova.
"Espero um esclarecimento, e também os efeitos decorrentes de uma decisão dessas", avisou hoje de manhã Marcelo Rebelo de Sousa- que é, aliás, professor catedrático no ensino superior – frisando que não entende “como é que um responsável de uma instituição pública toma uma decisão daquelas".
O evento organizado pelo movimento Nova Portugalidade contava com o politólogo Jaime Nogueira Pinto como orador. O debate, marcado há duas semanas, acabou por ser cancelado pelo próprio diretor da instituição Francisco Caramelo depois de ameaças dos estudantes e de ter sido aprovada uma moção dos alunos daquela faculdade que entendem que a Nova Portugalidade tem ligações “colonialistas, racistas e xenófobas”.
Agora, o Presidente da República quer apurar o que aconteceu entendendo que “é o guardião dos direitos constitucionais, entre eles a liberdade de expressão”. Por isso, frisa Marcelo Rebelo de Sousa, “para mim é incompreensível uma decisão daquelas por parte de uma instituição pública, como é uma faculdade pública", declarou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas.
O chefe de Estado, que falava no final de uma visita à Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), em Lisboa, disse que "para já, tentar perceber a razão de ser de uma decisão tão absurda no quadro de uma democracia".
Marcelo Rebelo de Sousa aproveitou ainda para salientar "o contraste entre essa posição de uma instituição pública e a posição de uma instituição privada como a Associação 25 de Abril", que disponibilizou as suas instalações para a realização da conferência.
Segundo o Presidente da República, a Associação 25 de Abril "teve a atitude exatamente oposta" à da FCSH, "lembrando-se do que significou o 25 de Abril" de 1974, que "foi feito precisamente para consagrar a liberdade e a democracia".