Para Mário Centeno, a ideia de que não se pode criticar o regulador para não pôr em causa a sua independência "aproxima-se da sua desresponsabilização e isso é perigosíssimo".
O ministro recordou que António Costa disse ainda ontem que "a função do Governo é neste mo,mento trabalhar de forma leal e construtiva com as instituições que já existem", mas defendeu que trabalhar de forma leal e construtiva não é abdicar de as "melhorar".
É, aliás, esse o espírito da proposta que trouxe hoje ao Parlamento, que passa pela criação de uma nova entidade que coordene a supervisão do sistema financeiro, ficando acima do Banco de Portugal e da CMVM e absorvendo os poderes de resolução bancária e de supervisão macroprudencial que hoje estão nas mãos do órgão liderado por Carlos Costa.
Centeno frisou, de resto, que em última análise é o próprio Governo quem tem de responder pela estabilidade do setor financeiro.
"O responsável pela estabilidade do sistema financeiro é o Governo português, é o ministro das Finanças", afirmou o governante.
Centeno acha, aliás, que a atuação do Banco de Portugal "tem de ser feita em cooperação e coordenação com o Governo com o objetivo último de estabilidade financeira, de proteção dos consumidores e, aí entra o Governo, de proteção dos contribuintes".