BE avisa: o problema não é só Dijsselbloem

Catarina Martins considera que as declarações de Dijsselbloem são “afirmações insultuosas e tacanhas”, mas acha que o pensamento do ministro socialista holandês está longe de ser único ou de ser o maior problema na Europa. O problema, entende Catarina Martins, está na forma como pensam as instituições europeias e questiona se esse pensamento não pode…

"Este raciocínio tem ecos mesmo no nosso país", afirmou Catarina Martins, condenando a afirmação de Dijsselbloem que atacou os países do sul por gastarem o dinheiro em álcool e mulheres e depois pedirem ajuda.

"Esse tipo den pensamento está presente em muitas das decisões que são tomadas nas instituições europeias", lamentou a líder o BE, dando o exemplo de um documento do BCE que foi notícia esta semana por recomendar a aplicação de sanções a Portugal apesar de o país estar prestes a sair do Procedimento por Défices Excessivos.

"O relatório do BCE é devedor deste raciocínio", apontou Catarina Martins, frisando que o BCE faz essa recomendação de sanções "porque o país não seguiu recomendações da Comissão Europeia" apesar de não haver qualquer ligação entre estas duas instituições europeias.

"Não podemos querer ser bons alunos de tais políticas", defendeu a bloquista, que quer "defender Portugal dessa delinquência europeia".

Catarina Martins nota que no caso da recapitalização da CGD "ou fazemos tudo o que a DGCom pede ou estaremos ou maus lençóis" e que isso terá o custo do encerramento de balcões.

A coordenadora do BE quer saber "se a CGD vai sair de certos concelhos para que os privados fiquem operar", defendendo que "o que não podemos fazer é minguar a CGD para fazer o jeito a certos privados".

Outra preocupação de Catarina Martins em relação à recapitalização da CGD tem que ver com a emissão de obrigações prepétuas no valor de "930 milhões com juros de 10% porque é isso que o mercado está a determinar".

"A CGD, banco público, vai perder quase 100 milhões por ano e isso não é aceitável", denuncia Catarina Martins que está contra "uma recapitalização ditada pela DGCom".

Na resposta, António Costa assegurou que a negociação com a DGCom continua e que o Governo se vai continuar a bater pelos interesses do Estado português.