"O Sr. Dijsselbloem ofendeu-nos", considera o primeiro-ministro, que diz que "Portugal não tem lições a receber do Sr. Dijsselbloem em coisa nenhuma" e que acha que declarações como as do ainda presidente holandês do Eurogrupo são tudo aquilo de que a Europa não precisa.
Para António Costa, a frase do ministro das Finanças traduz uma "visão xenófoba, sexista e racista".
"A Europa não se faz com Dijsselbloems", atacou Costa, que considera que o holandês "não tem condições" para exercer qualquer cargo na Europa porque não respeita "o enorme sacrifício" feito pelos países do sul para superar a crise e que em Portugal se traduz no "défice mais baixo de 42 anos de democracia".
De resto, Costa lembrou que Dijsselbloem é membro de um partido "que foi esmagado" nas eleições e que por isso deve sair do Eurogrupo por "razões naturais". Mas, uma vez que está posta em cima da mesa a possibilidade de o holandês concluir o seu mandato até ao fim, o primeiro-ministro garante que tudo fará para que essa hipótese não se concretize e que Dijsselbloem peça desculpa aos povos que ofendeu.
"Há que combater este espírito de divisão. Estes valores sexistas, estes valores assentes no racismo e na xenofobia, porque como vemos não são exclusivos do Sr. Wilders", afirmou Costa aos jornalistas à margem de um evento da Federação Portuguesa de Futebol.