Pedro Passos Coelho tinha definido o fim de março como o momento para fechar o processo das autárquicas, mas o prazo vai derrapar para meados de abril. Foi o próprio líder que o reconheceu, esta quinta-feira à noite, no Conselho Nacional do PSD. Passos admitiu que estão por fechar «15 ou 20 casos» que só devem ter candidatos escolhidos na Comissão Política Nacional que terá lugar a meio do próximo mês.
Nesta lista, há câmaras como a de Sintra, Oeiras, Odivelas ou Matosinhos, mas o coordenador autárquico Carlos Carreiras recusa fazer uma análise exaustiva dos concelhos com candidatos ainda em aberto. «Olhando para os outros partidos, somos dos que estão mais adiantados neste processo. E mesmo fazendo a comparação com o anterior processo autárquico não há razões para dizer que estamos atrasados», assegura Carreiras ao SOL.
Carlos Carreiras não entende por que motivo o PSD está debaixo de todos os holofotes mediáticos neste processo e recusa que haja problemas de maior, numa eleição na qual – ao contrário do que aconteceu nas anteriores autárquicas – o partido vai a votos em todos os 308 concelhos do país.
Carreiras também não se alonga nos motivos que estão a dificultar o encerramento do processo nestes concelhos ainda em aberto, apesar de se saber que em Sintra e Oeiras, por exemplo, as questões têm a ver com a indecisão de apoiar ou não independentes que já saíram do partido e agora podem voltar a concorrer pelas cores sociais-democratas. «Há de tudo um pouco. Não há um padrão», assegura, explicando que em alguns municípios os problemas até se prendem com questões pessoais ou profissionais dos candidatos que estavam pensados.
PSD quer 1 de outubro
No Conselho Nacional, Passos quis deixar a mensagem de que não há razões para os militantes ficarem «intranquilos». Carreiras alinha pelo mesmo diapasão, mostrando-se confiante, quando pelos corredores muitos confessam estarem a preparar-se para um desastre eleitoral.
Há, contudo, um calendário que os sociais-democratas já estão em condições de fechar: o da data das eleições. Carlos Carreiras assume que o partido irá para a semana à audiência com António Costa defender o dia 1 de outubro. Para Carreiras é uma questão de «bom senso», tendo em conta a janela temporal definida na lei e o feriado de 5 de outubro. E espera consenso com os restantes partidos.