"Fizemos a conta e verificamos que se o Governo tivesse executado a despesa que devia ter executado, e muitos disseram que o Orçamento era irrealista, o défice teria ficado em 3,7%, não 2,1%", defende Assunção Cristas.
O cálculo feito traduz o que Cristas classifica como “um garrote enorme nos serviços públicos”.
Para a líder do CDS, as metas orçamentais só foram alcançadas graças a “cativações que são cortes cegos na despesa, uma quebra brutal no investimento público, tem vindo a afetar muitas e muitas áreas".
Cuidados continuados sob pressão
Para ilustrar a crítica, Assunção Cristas esteve hoje na unidade de cuidados continuados da cooperativa social CERCITOP, em Algueirão, no concelho de Sintra.
Lá, a líder centrista diz ter encontrado sinais do “garrote financeiro” provocado pela falta de "atualização das verbas comparticipadas pela Segurança Social e pelo Ministério da Saúde" para compensar o esforço feito pelo aumento do salário mínimo nacional.
"Já lá vão três meses desde esse aumento", lembrou a Cristas, lembrando que a maioria de esquerda chumbou a proposta do CDS de compensação às Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) pelo aumento do salário mínimo.
A acrescer a esta dificuldade, Assunção Cristas denuncia a pressão a que este tipo de unidades está sujeita por um “ constante aumento de exigências” que faz com que recebam "todo o tipo de doentes".
"Começam a receber doentes que não é suposto estarem aqui, porque não é um hospital, não foi pensado para ser um hospital e, no entanto, progressivamente têm vindo a ser enviados mais doentes, com patologias diferentes, que não podem ser tratadas nestas unidades", apontou Cristas.